A Comissão Europeia identificou o envelhecimento saudável e ativo como um dos maiores desafios societais que todos países europeus enfrentam. Esta é uma área na qual a Europa pode desempenhar um papel chave, fornecendo respostas inovadoras para este desafio. A participação de homens mais velhos em atividades sociais e de aprendizagem, no seio das suas comunidades, é baixa, o que afeta o seu bem-estar e a sua saúde. Investigações realizadas em diferentes países (Kump & Jelenc Krašovec, 2007; Fragoso, Marques & Lança, 2014, etc.) mostraram que a percentagem de pessoas que participam em iniciativas de educação com um caráter mais formal é reduzida e está relacionada com o seu nível educativo, género e bem-estar.

Este projeto tem na sua origem a preocupação com o facto de existir uma tendência para os homens mais velhos constituírem uma minoria esquecida, no campo da educação de adultos. Alguns estudos realizados nesta área, que estão na base deste projeto, permitiram perceber que: relativamente aos adultos mais velhos existe uma discriminação de género, apesar da visão estereotipada de que os homens são, de uma forma geral, privilegiados; as mulheres mais velhas constituem mais de três quartos da população mais velha envolvida em atividades educativas e de aprendizagem (Formosa, 2014). Os estudos mostram ainda que existe um grupo substancial de homens mais velhos educacionalmente e socialmente marginalizados, que experienciam sentimentos de solidão e de exclusão. Os homens, sobretudo aqueles com níveis educativos mais baixos e socialmente desfavorecidos, normalmente não participam ativamente em associações da comunidade e também estão excluídos de atividade educativas.

Investigação realizada na Austrália (Golding, 2011; etc.) e nalguns países europeus (Withnall, 2010; Golding, Mark & Foley, 2014) mostrou que os homens mais velhos desejam e necessitam que existam diferentes formas de se envolverem ativamente nas suas comunidades. É também de realçar que as associações de voluntariado têm dificuldades em compreender o seu papel como atores na aprendizagem comunitária de indivíduos de diferentes idades, homens e mulheres; esta perspetiva deve ser salientada, desenvolvida e implementada de acordo com a teoria e a prática da andragogia e do Desenvolvimento Comunitário (ver Quadro de Estratégia Comum EU, artigo 28). Pelo que foi atrás exposto, é essencial identificar as necessidades de aprendizagem dos homens mais velhos, reforçar o papel (fraco) da comunidade na aprendizagem e facilitar o processo de criação de políticas de educação ao longo da vida que tenham em conta as questões de género e sejam sensíveis aos mundos sociais dos homens mais velhos.